Em episódio recente, o ConsCiência Política, podcast da Revista Brasileira de Ciência Política (RBCP), recebe Euzeneia Carlos do Nascimento e Matheus Mazzili Pereira para conversarem sobre seu artigo “Descomemorando” o desastre no Rio Doce: táticas, performances e enquadramentos. A cientista política Débora Rezende conduz a entrevista.
Matheus Mazzili é professor no programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Euzeneia Carlos do Nascimento é professora na Universidade Federal do Espírito Santo e pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Participa.
Durante a entrevista, os pesquisadores detalham os objetivos do estudo, que explora as táticas e performances de protestos organizados por movimentos sociais após o rompimento em 2015 da barragem do Fundão, em Mariana, no vale do Rio Doce. Eles apontam que essas táticas podem mudar ao longo do tempo, destacando que a ação coletiva passa por transformações.
O estudo buscou explicar os fatores que causam essas mudanças nas táticas e performances. Para isso, levaram em conta tanto o contexto político (decisões de autoridades e reação de atores afetados) quanto a perspectiva da entrada de novos atores no confronto político.
Os pesquisadores destacam três episódios que impulsionaram e levaram a picos de ação coletiva: o colapso da barragem, a assinatura de um acordo extrajudicial entre as empresas e o governo, feito sem a participação dos atingidos pelo desastre, e a assinatura do Termo de Ação Coletiva (TAC) Governança.
A ação coletiva tomou diversas formas em diferentes momentos. A expressão artística e simbólica foi predominante após o rompimento da barragem, praticada tanto por movimentos ativistas como por pessoas independentes. A entrada em cena do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ampliou o uso de manifestações públicas e performances de confrontação. Para mais detalhes, escute o episódio completo disponível no Spotify.