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Operação Impeachment de Dilma: “sobram vilões e faltam heróis”





“Esta é uma história em que sobram vilões e faltam heróis”. Com essa frase, o cientista político Fernando Limongi sintetiza o livro de sua autoria Operação impeachment: Dilma Rousseff e o Brasil da Lava Jato (Todavia, 2023). Logo na Introdução, ele relembra frase do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso: “Impeachment é como bomba atômica, é para dissuadir, não para usar”.

O poder dissuasório, no entanto, não funcionou. Os agentes políticos, a imprensa, parte do poder Judiciário e da sociedade, apertaram o botão vermelho do impeachment e depuseram a presidente Dilma Rousseff, inocentada pela Justiça, agora em agosto de 2023, das “pedaladas fiscais” que deram origem ao movimento de sua queda em 2016. Limongi sustenta que naquele momento "cada um, a seu modo, contribuiu para acionar a bomba atômica, cujos efeitos tóxicos ainda são sentidos. Ninguém se salva”.


O livro ancora-se em uma reconstituição detalhada dos fatos, tendo como base o que foi publicado na imprensa sobre o tema. Explicar o impeachment, afirma Limongi, pressupõe compreender como se deu a implosão da coalizão que governou o país durante vários governos do Partido dos Trabalhadores, inclusive no governo Dilma.

No primeiro dos cinco capítulos do livro, Limongi conta como se deu a tentativa de “emparedar” a candidata à reeleição em 2014 por conta da faxina promovida por Dilma na Petrobras e da retórica da presidente contra a corrupção. O segundo capítulo dá conta dos primeiros seis meses do segundo mandato, quando a união entre partidos de oposição e movimentos sociais malogrou sem alcançar o resultado pretendido por seus autores, que era o impeachment.

Já o terceiro capítulo analisa a atuação do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deixou a base aliada e partiu para o ataque contra a presidente, ameaçando-a com o impeachment. O ataque final contra a presidente está retratado no capítulo quarto. O êxito desse movimento só foi possível com as sucessivas ações da operação Lava Jato. "A força-tarefa deixou claro que não estava disposta a tolerar a sobrevivência do governo", explica Fernando Limongi.

No capítulo final, o autor faz uma avaliação sumária do governo Temer, mostrando a instabilidade “intrínseca à coalizão formada para se defender da Lava Jato” e das ações desfechadas por essa operação contra os políticos e a corrupção. Fazendo uso de uma linguagem rápida e direta e de sínteses impactantes, o livro representa uma importante contribuição para a compreensão desse período importante da vida nacional, cujos reflexos são sentidos até hoje.

Perfil Fernando Limongi

É doutor em ciência política pela Universidade de Chicago e professor titular de ciência política da USP e da FGV. Publicou, em coautoria com Adam Przeworski, José Antonio Cheibub e Michael Alvarez, Democracy and Development (Cambridge University Press) e, com Argelina Figueiredo, Executivo e Legislativo na nova ordem constitucional e Política orçamentária no presidencialismo de coalizão (editora FGV). Foi presidente do Cebrap e colunista do jornal Valor Econômico.

FICHA TÉCNICA

Título: Operação impeachment: Dilma Rousseff e o Brasil da Lava Jato

Autor: Fernando Limingi 

Editora: Todavia 

ISBN: 978-65-5692-473-3 

Páginas: 304 

Ano de Lançamento: 2023 

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